Devido à sobrecarga de trabalho causada pela falta de funcionários, os bancários do call center lotados no Vila Santander estão enfrentando jornadas abusivas. Eles denunciam que as duas pausas a que têm direito são impostas logo no começo da jornada e uma muito próxima da outra, o que os obriga a ficar mais de quatro horas trabalhando ininterruptamente.
“Entro às 11h, e a partir das 13h15 não terei mais pausas, sendo que somos cobrados quando usamos pausa toalete, mas como ficar quase 4 horas em operação? Já reclamei com supervisor e coordenador, mas alegam que não têm o que fazer. Muita gente está insatisfeita com essas pausas, mas ninguém tem coragem de questionar, e quando alguém tenta, não existe diálogo”, denuncia um funcionário.
Cobrado, o banco alega que precisa de mais atendentes disponíveis no decorrer da tarde, quando o volume de ligações é maior, e por isso as pausas são impostas no início da jornada.
O trabalhador que fez a denúncia confirma que muitos colegas foram demitidos, o que tem colaborado para a sobrecarga de trabalho. “Minha média de ligações diárias subiu de 25 para 34. Ficam nos pedindo para fazer hora extra, fazer o trabalho do 2° nível do SAC [que teve vários trabalhadores desligados], porém sem qualquer tipo de treinamento, e os supervisores passam de mesa em mesa, de certa forma ficamos acuados, e acabamos aceitando com receio de demissões. Boa parte faz por medo”.
Nos primeiros seis meses de 2017, o Santander viu seu lucro aumentar 33% em relação ao mesmo período de 2016, atingindo R$ 4,6 bilhões. Este resultado representa 26% do lucro global do banco espanhol. Mesmo assim, o banco eliminou 2.281 postos de trabalho no Brasil.
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