SÃO PAULO - O Itaú está pressionando bancários a “confessarem” erros para depois demiti-los por justa causa. Esses trabalhadores são chamados na auditoria para redigir carta de próprio punho, ditada pelo representante do banco, admitindo ter realizado algo que vai contra a política oficial da instituição financeira. Logo em seguida, esse funcionário é desligado, e sem receber nenhuma verba indenizatória.
O Sindicato orienta os trabalhadores a não redigirem a carta, ainda que o banco pressione. O bancário não deve escrever a carta de jeito nenhum. Ele deve se recusar e procurar imediatamente o Sindicato que vai orientá-lo, inclusive juridicamente. Até porque o banco não tem esse poder inquisitivo.
Vale ressaltar que os possíveis erros que os bancários possam ter cometido são resultado da própria política de imposição de metas inalcançáveis aos trabalhadores. O problema é que quando esses erros se tornam reclamações de clientes a órgãos como o Banco Central, o Itaú tenta de eximir e jogar todo o problema sobre o trabalhador.
O que acontece é que o assédio moral e a pressão por metas de vendas é uma política generalizada no Itaú Unibanco. E essa forma de gestão, que não é assumida pela instituição, acaba levando o bancário a cometer erros e a passar por cima da política oficial do banco. A venda casada é um exemplo. Só que quando esses erros, que na grande maioria das vezes são estimulados pelos gestores, se transformam em reclamações de clientes, o Itaú tenta jogar toda culpa em cima do bancário, obrigando-o a assumir tudo sozinho, e ainda demite por justa causa. Por isso, o trabalhador não deve escrever carta nenhuma!
Consequências
Quando o trabalhador se recusa a redigir a carta, o banco o afasta por um período de mais ou menos 15 dias. É o tempo que o Itaú leva para analisar se vai demitir o bancário por justa causa ou se será dispensa sem justa causa. De qualquer forma, quando o bancário é chamado para a auditoria e pressionado a escrever a carta, ele será demitido. Infelizmente o banco está fazendo isso para eliminar postos de trabalho, e não está revendo suas práticas abusivas para o atingimento de metas.
O Sindicato aconselha os bancários a ficarem atentos às regras do banco e ao que diz o código do consumidor. É importante que o trabalhador não desrespeite essa política ainda que esteja sendo pressionado pelo seu gestor a bater metas e a vender produtos. Paute-se pela ética.
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