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PLANTÃO / BANCO DO BRASIL

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BB desmentiu o fato à imprensa sobre demissão de 18 mil funcionários

17/10/2016 às 19:03
Juliana Publio Donato - Representante no Caref BB
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A manchete do principal jornal de Brasília, Correio Braziliense, nesta quarta-feira (12), estampa: “Banco do Brasil troca diretores e planeja demitir 18 mil funcionários”. Em entrevista no dia 11 de agosto, ao divulgar o desempenho da Instituição, o presidente do BB, Paulo Caffarelli afirmou “Vamos retomar o nível dos nossos pares privados, essa será uma marca da nossa gestão” . O banco tem falado insistentemente em reduzir as despesas administrativas e, como todos sabem, o maior investimento administrativo é o pagamento de pessoal.

Nesse momento, já começamos a ver o banco aplicar medidas nesse sentido. O BB inicia um processo de fechamento de agências. Ao mesmo tempo, segundo a reportagem do Correio Braziliense, o BB deve anunciar nos próximos dias um Plano de Aposentadoria Incentivada (PAI) ou Plano de Demissão Voluntária (PDV). Ao contrário do que dá a entender a matéria do Correio Braziliense, até o momento, não foi aprovado no Conselho de Administração nenhum PDV. Mas tudo indica que se iniciará um grande processo de reestruturação do banco, que esperou somente o fim da campanha salarial.

O banco tem aberto escritórios digitais e investido no chamado atendimento digital. Dessa forma, combina uma situação de diminuição no volume de negócios do país com uma alteração tecnológica importante no atendimento dos clientes. Isso, provavelmente, levará a grandes mudanças para toda a categoria bancária. O BB, nos últimos anos, parece cada vez mais um banco privado. Tem tomado medidas administrativas muito semelhantes aos grandes bancos privados e as declarações de Cafarelli demonstram que o banco deve aprofundar esse processo.

Segundo matéria do Sindicato de Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Marcos Bonomi, diretor de Varejo do Itaú, disse que “em três anos o banco fecharia 15% das cerca de 4 mil agências físicas que possui em todo o país e, em 10 anos, metade das chamadas “agências tijolo” deveriam ser extintas”. O Itaú conta hoje com 90 mil funcionários, dos quais 60 mil em agências, portanto, a estratégia poderia resultar no corte de 30 mil empregos. O presidente do Itaú afirmou, em reportagem a ISTOÉ, que a meta do banco é que “até 2017, os clientes poderão fazer absolutamente todas as transações com o banco pelo celular”.

Algumas pessoas poderiam achar que os bancos no país têm lucros muito pequenos e, por isso, precisam modernizar suas operações. Mas a verdade é o contrário disso. O sistema financeiro, tanto público como privado, continua tendo lucros bilionários . No primeiro semestre deste ano, os cincos maiores bancos do país ( Itaú, BB, Bradesco, CEF e Santander) lucraram 29,7 bilhões. A receita com tarifas e serviço, a exemplo do Itaú, foi de 163,31 % em relação à folha de pagamento. No BB e CEF, a receita ficou em cerca de 104% em relação ao gasto com funcionalismo.

Se o BB seguir a lógica de concorrer com Itaú na disputa como banco comercial, como pretende o presidente Caffarelli, não é difícil imaginar o resultado. Não se trata de ser contra as mudanças tecnológicas, mas afirmar que o aumento do lucro não pode ser o objetivo do banco público. O banco público tem que fornecer crédito para os trabalhadores, pagar benefícios sociais, apoiar os pequenos produtores e setores da população que estão excluídos da era digital. É escandaloso o processo de exclusão da população de baixa renda no interior das agências que o BB e a CEF têm aplicado nos últimos anos.

Outro aspecto que o BB deve respeitar é o direito dos seus trabalhadores. Não podemos retornar à triste situação da era FHC quando tivemos vários colegas que atentaram contra sua própria vida por não ver alternativa diante das reestruturações da época e pela pressão em aderir aos PDVs do banco. Não somos contra as mudanças tecnológicas, mas temos nítido que o paradigma não pode ser dos bancos privados.

Nesse sentido, vamos ter um grande desafio no próximo período que é enfrentar estas grandes mudanças sem ter campanha salarial no próximo ano. No entanto, o sindicato e os banqueiros podem ter estabelecido um acordo de dois anos, mas não podem nos proibir de lutar.

Na greve desse ano, conseguimos trazer setores que há muitos anos não participavam do movimento. A REROP SP parou desde o início da greve, SUPER Espírito Santo também parou durante alguns dias, e vários colegas com nível gerencial aderiram ao movimento. Mostramos que o banco pode nos dividir em gerentes, assistentes, analistas, escriturários, unidades estratégicas, tática, operacionais e negociais, mas, a cada dia, identificávamos cada vez mais que na luta somos todos bancários. Por isso, precisamos ter nítido que a saída que pode nos levar a ter vitória será coletiva.

Vale destacar que o banco, inclusive, tem cometido várias ilegalidades em seus processos de restruturação, como rebaixamento de salários e a negativa em implementar a NR 17 (Norma Regulamentadora do Ministério do Trabalho e Emprego) nos escritórios de atendimento digitais.

Infelizmente, mesmo como representante dos trabalhadores no Conselho de Administração do BB, eu não posso participar, de acordo com a Lei, das pautas que afetam diretamente o funcionalismo do BB. Além disso, muitas das informações a que tenho acesso são protegidas por sigilo, o que limita muito a minha atuação como representante. Mas, nós da oposição, jogaremos todo nosso esforço na organização da categoria para que os bancários não sejam prejudicados nesse processo. Alertamos, no entanto, que nossa luta só poderá ser vitoriosa com a participação da maioria dos colegas. Vamos cobrar da direção da CONTRAF e dos principais sindicatos do país que organizem a categoria para enfrentar os ataques que virão no próximo período. As centrais sindicais precisam convocar uma greve geral para enfrentar a ameaça de retirada de vários direitos pelo governo Temer, pelos banqueiros e grandes empresários do país.

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