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O Banco do Brasil anunciou uma reestruturação das suas vice-presidências. Ele afirma que as mudanças irão proporcionar mais “eficiência operacional, mais sinergia entre áreas afins e complementaridade de serviços na estrutura de diretorias e vice-presidências”. No entanto, o que vemos é cada vez mais a gestão de pessoas se subordinar à gestão do lucro. A mudança mais escandalosa é a fusão da vice-presidência de Varejo, Distribuição e Operações com a de Gestão de Pessoas e Desenvolvimento Sustentável.
Segundo o banco, a racionalização gerada pela unificação dessas duas vice-presidências o permitiu criar a vice-presidência de Serviços e Infraestrutura que cuidará dos negócios relacionados aos grandes projetos de infraestrutura ligados ao modelo de concessão, como o processo de privatização dos aeroportos. O nome escolhido para estar à frente desta nova vice-presidência é Cesar Borges, ex-governador da Bahia e com ótimas relações com Odebrecht e OAS, duas empreiteiras baianas envolvidas na Operação Lava Jato.
Esta mudança vem aprofundar o maior problema vivido hoje pelo funcionalismo dentro do banco: uma gestão de pessoas totalmente subordinada ao alcance das metas e resultados financeiros, que tem permitido a naturalização e a expansão do assédio moral. A principal consequência disso são os altos índices de adoecimento do funcionalismo. Com a fusão das vice-presidências de varejo e de gestão de pessoas, não há dúvida que definitivamente a preocupação com as metas predominará sobre a preocupação com as pessoas. E que o resultado para o funcionalismo será o aumento das metas, do assédio moral e do nosso adoecimento.
Outra questão é que a fusão da vice-presidência de gestão de pessoas acontece apenas com a rede varejo, deixando os funcionários da área meio de fora. Com todas as reestruturações por que passa a área meio, o avanço da terceirização e a aprovação pela Câmera de Deputados do PL 4330 (que permitirá a terceirização da atividade fim das empresas) fica a preocupação sobre quais são os planos do banco para estes funcionários.
Outra mudança absurda é a unificação da área de créditos sociais como FIES, MPO e Crédito Acessibilidade com a vice-presidência de Agronegócios. Isso significa que o banco quer reduzir ainda mais a importância das funções sociais de banco público, mantendo-as somente porque tem obrigação legal de ter estes programas.
A conclusão desta reestruturação é óbvia: a relação do BB com o funcionalismo será cada vez mais parecida com a de um banco privado e subordinada ao mercado. Também teremos um banco cada vez mais comprometido com o financiamento dos grandes grupos empresariais e não com a maioria da população. Por isso, posicionamo-nos contra mais esta reestruturação e reafirmamos a defesa de um BB 100% estatal e com função pública.
MNOB/CSP-CONLUTAS
Confira, na íntegra, a edição digital de março/2024 - edição extra do JB
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