BB insiste em perseguir a delegada sindical, por denunciar um processo de reestruturação que prejudicou muitos bancários.
Clique na foto para ampliá-la
Hoje, depois de mais de 60 dias de licença saúde, resultado de muito assédio moral, e logo após ser eleita, com mais de 27.000 votos, com o representante dos funcionários no Conselho de Administração do BB, voltei a trabalhar. Mas, antes mesmo que eu desse entrada no ponto, fui chamada na mesa da gerente, que me comunicou que eu estava suspensa por 20 dias, como punição decorrente do inquérito disciplinar que estava respondendo.
O inquérito não aponta sequer uma falha em serviço. TODAS, absolutamente TODAS as acusações, têm diretamente a ver com minha atuação como delegada sindical. Estou sendo punida por denunciar um processo de reestruturação da área internacional que prejudicou muitos colegas, e por organizar nossa mobilização contra mais este ataque. Eu não fui a única a denunciar. Mas estou sendo punida para servir de exemplo aos demais. Por isso, a punição é inaceitável. Aceitá-la significaria admitir que estamos proibidos de lutar. E isso não faremos nunca!
A liberdade de expressão e de organização sindical foi conquistada a duras penas, com muita luta dos trabalhadores, e é nosso dever preservá-las, resistindo a estes ataques. Não podemos aceitar este ataque por parte da direção de uma empresa pública, controlada por um governo do Partido dos Trabalhadores, que foi parte desta luta por democracia no país. Dilma e a direção do BB têm que rever imediatamente esta punição aos que lutam!
O BB já tentou impedir que eu concorresse às eleições do CAREF. Através de uma medida judicial, eu consegui garantir o direito a concorrer. Depois de uma vitória inquestionável, eles foram obrigados a homologar o resultado. Mas ainda é preciso garantir a posse. Eles têm medo, não exatamente de mim, mas do que eu represento: a maioria dos funcionários do BB, que não aguentam mais tanta exploração e repressão.
Lutar contra esta punição e garantir a minha posse é tarefa de todos nós. Precisamos dos Sindicatos e da CONTRAF/CUT na primeira linha desta batalha, divulgando este ataque amplamente, exigindo do banco e do governo a retirada da punição e a garantia de minha posse como representante.
Recorrerei administrativamente e, se preciso, juridicamente, mas precisarei também do apoio de vocês. Estou confiante, pois, apesar disso, meu dia começou muito bem. Antes da suspensão, vieram os sorrisos, os abraços, os parabéns, a empolgação, a felicidade de muitos que vieram me cumprimentar assim que me viram. Essa vitória e essa felicidade eles não tirarão de nós. É exatamente daí que vou tirar forças pra mais essa batalha.
Confira, na íntegra, a edição digital de março/2024 - edição extra do JB
© SEEB-MA. Sindicato dos Bancários do Maranhão. Gestão Trabalho, Resistência e Luta: por nenhum direito a menos!