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Um telespectador do Programa do Jô enviou-lhe e-mail criticando essa “berranta, condescendenta e insistenta história de presidenta”.
Diz ele que a professora Miriam Rita Moro da UFPR, ensina que no “português existem os particípios ativos como derivativos verbais. O particípio ativo do verbo atacar é atacante, de pedir é pedinte, o de cantar é cantante, o de existir é existente, o de mendigar é mendicante e o do verbo ser é ente”.
Desse modo, continua a professora, “quando queremos designar alguém com capacidade para exercer a ação que expressa um verbo, há que se adicionarem à raiz verbal os sufixos ante, ente ou inte”.
Extrai-se, portanto, dessa breve lição que, independentemente do sexo a que pertence o agente, a ação de representar é exercida por um ou uma representante; ignorar cabe ao ignorante [e também àquele(a) que diz que não viu nada; e que não sabia de nada]. Por fim, o ato de presidir cabe ao ou à presidente.
Aventurando-me na literatura de cordel, deixo aqui uma pequena “poesia”, para que, pelo menos, sirva de alento àqueles que não se rendem aos neologismos que teimam em corromper o já tão combalido falar dos brasileiros.
Eis aqui um tanto
da história de uma mulher inteligenta:
Desde cedo, ainda no tempo de estudanta,
Mostrou pro seu provo que era jovem valenta,
Ela, pra não ser e nem parecer ignoranta,
empunhou armas contra ditadura violenta.
Tempos mais tarde, nas Minas e Energia,
do Presidente da República foi fiel representanta.
Não sei se competenta,
Mas foi Chefa importanta:
muitos devem lembrar de sua atuação na Casa Civil;
A partir daí foi um pulo pra ser presidenta do Brasil;
Mulher de fibra incomum, é economista de formação,
Contudo, se fosse homem e o tratassem por economisto,
Será que isto lhe causaria alguma aflição?
Por Gracílio Cordeiro Marques
Empregado do Sindicato dos Bancários do Maranhão (SEEB-MA)
Confira, na íntegra, a edição digital de março/2024 - edição extra do JB
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